A economia circular das empresas de fast fashion: uma análise dos relatórios de sustentabilidade

Autores

  • Helena Marconcini Bittar
  • Jeniffer de Nadae

DOI:

https://doi.org/10.29327/1307153.1-27

Palavras-chave:

economia circular, fast fashion, indústria da moda, sustentabilidade, moda circular

Resumo

Como resultado da pesquisa, é notável que os dados expostos nos relatórios de sustentabilidade são pouco quantitativos, o que dificulta a análise dos indicadores, além de existir uma escassez de dados numéricos. Apenas a Amaro, realmente, qualificou o que é um material “mais sustentável”, as outras empresas apenas dizem que utilizam materiais mais sustentáveis, mas não explicam e nem mensuram em relação ao que é mais sustentável. Mesmo os aspectos ambientais não sendo muito bem definidos nos relatórios, estes foram os que obtiveram maiores respostas. Somando os indicadores sociais e financeiros, foi possível obter resposta das quatro empresas em apenas 2 perguntas, sendo uma sobre os fornecedores e outra sobre o método de recompensa. Vale ressaltar que o grupo Renner S.A. possui duas empresas na holding que possuem focos alinhados a aspectos sustentáveis, circulares e de inclusão. Sendo a Repassa ligada aos dois primeiros aspectos, pois é uma plataforma online de revenda de roupas, calçados e acessórios, que por meio da revenda destes itens, estende o ciclo de vida dos produtos e assim, aumenta a circularidade, um dos aspectos essenciais na economia circular. Já a Ashua está conectada com a inclusão, por ser voltada à moda curve e plus size, o que a torna mais inclusiva, pois engloba a diversidade de corpos que nem sempre são levados em consideração pelas marcas. No mais, percebe-se que a Amaro é a empresa que possui mais ações sustentáveis que são mensuráveis, mas também é a que tem menor representatividade de produtos de eco moda no montante de receita. Por ser uma empresa que se preocupa com o lado ambiental desde a sua origem, uma vez que seu estilo de negócio é o guide shop e a maior parte das vendas são online, a sustentabilidade já faz parte do negócio. Por fim, o presente trabalho é de grande importância para avaliar e entender se, de fato, as empresas de Fast Fashion são sustentáveis ou não. Todavia, devido à falta de dados dos relatórios, não foi possível ter total certeza. Esta falta de dados dos relatórios e as recusas em responder ao questionário, podem ser um indício que as empresas investigadas não são tão circulares e sustentáveis quanto tentam divulgar. Além disso, a pesquisa foi bem relevante para o aprendizado acadêmico e profissional sobre como funcionam as empresas de Fast Fashion no quesito sustentabilidade e também para entender mais a fundo sobre conceitos de economia circular e da indústria da moda em si. Como a grande limitação desta pesquisa foi a falta de dados para responder ao questionário, sugere-se que para futuras pesquisas o formulário seja preenchido em conjunto com as empresas, pois dessa forma os dados serão mais exatos e então será mais fácil de quantificá- los.

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Publicado

20.12.2023