A produção de corantes sintéticos no século XIX e suas implicações sociais

Autores

  • Amanda de Souza Pereira
  • Evandro Fortes Rozentalski

DOI:

https://doi.org/10.29327/1307153.1-137

Palavras-chave:

corantes artificiais, ensino de química, história da ciência, impactos sociais

Resumo

Pode-se concluir que ao fazer uma pesquisa a partir da História da Ciência, é necessário compreender o contexto da época em que a ciência estudada se passava. No caso dos corantes naturais, ainda que os materiais consultados para a realização deste trabalho sejam secundários, foi possível entender qual o contexto social e científico que se passava enquanto eles eram desenvolvidos e utilizados.
É preciso também compreender as limitações que a ciência tinha naquela época, através da HC e da visão diacrônica (estudar o passado, estando no presente, mas entendendo a atmosfera da época), é possível visualizar que quando se produzia corantes naturais, o conhecimento científico (químico) ainda era muito limitado, muitos recursos ainda não tinham sido descobertos e muitos estudos ainda seriam realizados até a descoberta dos corantes sintéticos. Além disso, para produzir pouquíssima quantidade de corante (a partir de plantas, minerais ou animais), era extremamente caro e demorado. Com isso, roupas tingidas eram exclusividade da burguesia, que tinha recursos financeiros suficiente para adquirir certos luxos.
Quando esta realidade mudou com a descoberta de
Willian Perkin do primeiro corante sintético, isso impulsionou a produção de novos corantes sintéticos nos anos seguintes. Aos poucos a ciência foi avançando, principalmente a química orgânica, no qual não somente os corantes eram sintéticos, mas também muitos materiais utilizados em outros aspectos da vida, como os fármacos. Este foi um avanço significativo para a indústria têxtil, isto porque tingir peças de roupa se tornou mais fácil e quanto mais descobertas de novas cores e novas fórmulas eram descobertas, mais barato e acessível se tornava para que uma pessoa tivesse uma peça tingida.
Sem dúvida, este foi o estopim para o crescimento das indústrias, com isso, notoriamente os impactos na sociedade começaram a surgir, mas não somente isso, também com eles os impactos na natureza, com os descartes feitos de forma incorreta em rios.
A partir do caso produzido, é notável que a ciência não é construída rapidamente, nem seguindo um método ou somente por figuras únicas que costumam aparecer nos livros didáticos. Inúmeros personagens fizeram parte dessa história, e nesse caso, com grande impacto mundial. Utilizar a HC para auxiliar na compressão de toda a trajetória da ciência é essencial para desmistificar a visão inadequada que os alunos possuem dela.
Por fim, é necessário incentivar a inserção da HC no ensino como benefício para os alunos compreenderem a ciência de maneira mais elaboradas e próxima ao trabalho desenvolvido pelo cientista. É necessário incentivar a formação continuada de professores especializados em HC, isto porque, no Brasil a quantidade de profissionais capacitados na área é pequena, o que pode atrapalhar o processo de ensino-aprendizagem que tome como referência essa abordagem. Além disso, a produção de materiais didáticos de qualidade também é de extrema importância, pois, na maioria das vezes, ele será a maior fonte de consulta dos estudantes e precisa-se de cidadãos com uma boa compreensão sobre a ciência, seus processos e produtos.

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Publicado

20.12.2023