Entre as chamas do passado e do futuro: “os monumentos bandeirantes e o embate de memórias em território paulista”
DOI:
https://doi.org/10.29327/1307153.1-7Palavras-chave:
patrimônio, memória, território, fogoResumo
A presente pesquisa buscou relacionar quatro pontos: patrimônio, território, poder e memória, que se interligam a partir da metáfora do fogo, a qual serve como alegoria para demonstrar a disputa por representatividade no espaço urbano paulista. A memória, como algo não espontâneo, é criada a partir de demandas identitárias, as quais, na maioria das vezes, estão sob o controle dos grupos que detém o poder. A memória induzida como algo selecionado, então, se traduz e materializa nos patrimônios dispostos no território urbano. Os ditos heróis guardam, imponentes, o coração das cidades, enquanto o território urbano é construído, geograficamente, de forma a segregar e marginalizar os grupos que não correspondiam ao padrão paulista idealizado. Às elites interessa mais a proteção de seus mitos, de sua identidade, do que dos povos vulneráveis socialmente e historicamente. O incêndio na estátua de Borba-Gato foi muito mais que um protesto único e alheio. Na realidade, é parte de um processo histórico complexo e manchado por desigualdades bem demarcadas.