A CRISE ENERGÉTICA NA REGIÃO NORTE EM PERÍODOS DE SECA

Autores

  • Júlia Campos Ribeiro
  • Rogério José da Silva

DOI:

https://doi.org/10.29327/1626690.7-35

Palavras-chave:

Energias Renováveis, Hidrelétricas, Hidrelétricas a Fio d’água, Matriz Energética

Resumo

Este estudo evidenciou de maneira clara a vulnerabilidade da geração de energia hidrelétrica em períodos de seca, destacando as usinas a fio d’água na região Amazônica, sendo utilizados os dados de operação das usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, que apresentaram quedas acentuadas em suas produções. Esses resultados mostram como o modelo hidrelétrico brasileiro é suscetível a mudanças climáticas extremas, como longas estiagens.
Esses resultados deixam evidente que a dependência quase exclusiva das hidrelétricas para o fornecimento de energia no Brasil torna o sistema vulnerável a variações climáticas, especialmente em um cenário de mudanças climáticas globais. Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado ciclos de seca mais prolongados e severos, e isso impacta diretamente os níveis dos reservatórios, que são cruciais para a operação das usinas hidrelétricas. Em função disso, a necessidade de diversificar a matriz energética do país se torna cada vez mais urgente.
Uma das soluções apontadas por especialistas é o aumento do uso de fontes renováveis, como a energia solar e eólica. Conforme os dados deste estudo e os fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), essas fontes já desempenham um papel significativo no crescimento da capacidade de geração de energia no Brasil. Em 2024, por exemplo, as usinas solares foram responsáveis por 49,23% da expansão energética, enquanto as eólicas contribuíram com 44%. Isso significa que mais de 90% do aumento na capacidade de geração no Brasil veio dessas fontes renováveis, o que demonstra seu grande potencial para contribuir de maneira mais sólida com o sistema energético nacional.
A transição para uma matriz energética mais diversificada e menos dependente das hidrelétricas não é apenas uma questão técnica ou econômica. Ela também envolve a implementação de políticas públicas robustas que incentivem o investimento em energias renováveis, além de criar incentivos fiscais e linhas de financiamento específicas para viabilizar a construção de novas usinas eólicas e solares em regiões estratégicas. O Nordeste do Brasil, por exemplo, é uma área com enorme potencial para a geração dessas fontes, dado seu clima favorável para a instalação de parques solares e eólicos.
Além dos benefícios econômicos e ambientais, a diversificação da matriz energética brasileira também é uma questão de segurança energética. Com a diversificação no uso de fontes de energia, o país estará mais preparado para enfrentar períodos de seca severa e
outros eventos climáticos imprevisíveis que possam comprometer a geração de energia. Isso proporcionará uma maior estabilidade no fornecimento de eletricidade para a população e para os setores produtivos, ajudando a evitar crises energéticas.
Portanto, os resultados deste estudo reforçam a importância de continuar investindo em tecnologias de energia limpa e renovável, que, além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, podem complementar de maneira eficaz a geração hidrelétrica. A expansão das usinas solares e eólicas não só ajuda a enfrentar os desafios climáticos, mas também contribui para o desenvolvimento econômico das regiões onde são instaladas, gerando empregos e promovendo um crescimento sustentável. Ao diversificar sua matriz energética, o Brasil estará melhor preparado para lidar com os desafios do futuro, garantindo um sistema energético mais resiliente, sustentável e capaz de atender às necessidades de sua população em um cenário de mudanças climáticas cada vez mais intensas.

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Publicado

17.09.2025