ANÁLISE DA ECONOMIA CIRCULAR EM HORTAS ORGÂNICAS DE AGRICULTURA FAMILIAR: UM ESTUDO DE CASO NO BAIRRO PEROBA, ITAJUBÁ, MINAS GERAIS.

Autores

  • Leonardo Elias Pereira
  • Jaqueline de Paiva Tamakoshi
  • Jeniffer de Nadae

DOI:

https://doi.org/10.29327/1626690.7-234

Palavras-chave:

Hortas Familiares, Produtos Orgânicos, Meio Ambiente, Sustentabilidade

Resumo

Entende-se que a transição do sistema convencional agroalimentar para um modelo circular não é fácil. Entretanto, é muito significante observar a conexão entre a EC e uma AF em crescimento. Pois sem os AF perceberem, fazem uso da EC em seus processos, porém, a muitas possibilidades a serem aproveitadas.
Dos temas apresentados vale destacar a produção sustentável e regenerativa que com todo o acompanhamento e auxilio dos engenheiros associados, torna toda a produção de altíssima qualidade, aplicando todos os conhecimentos nas hortas e obtendo retornos bem significativos sem degradar o meio ambiente, gerando uma gama grande de frutas, legumes e verduras (FLV) para serem comercializados e gerando renda de forma sustentável, bem como apresentado nas iniciativas exemplo do guia.
Outro destaque é o apoio da EMATER, que em relação ao tema de gestão de pessoas e o exemplo citado pelo guia, faz um trabalho de excelência e brilhante profissionalizando os agricultores, levando conhecimento de outras formas de plantio, outras plantas a serem plantadas, o mapeamento das necessidades perante a cidade, como na venda via o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e também, no apoio a Feira Agroecológica e Cultural de Itajubá (FACI), desenvolvendo outras oportunidades e fomentando ainda mais o comercio e renda destas famílias.
Contudo, é notório que deve-se incentivar outras formas de energia, como as renováveis, podendo ser uma fonte de redução de custo para os AF no plantio e na sua manutenção.
Também, vale ressaltar a falta de parcerias em relação a distribuição e logística, visto que em muitos outros ramos, como ocorre em distribuidoras de FLV, existem coletores e parceiras em armazenamentos em centros de distribuição, gerando mais acesso em mercados atualmente inacessíveis como supermercados e hipermercados, devido a maior deslocamento e armazenamento dos alimentos, podendo ser uma outra alternativa de renda e algo a ser avaliado.
Um outro mercado atualmente não aproveitado, e o comercio online, apesar de que na pandemia muitos agricultores afirmaram à utilização do Whatsapp (Aplicativo de mensagens instantâneas e chamadas de voz que permite enviar e receber diversos tipos de arquivos, como texto, fotos, vídeos, documentos e localização) para comercialização para clientes isolados, não se deu continuidade a esse modelo, visto que atualmente o e-commerce (como é chamado a venda, compra e serviços online) é um dos principais meios de comercio na era digital.
Em relação aos resíduos gerados, falta iniciativas para essa coleta, o que pode gerar o descarte errado do mesmo e assim podendo ocorrer uma poluição ambiental, apesar de não ter sido observado em campo. Outro fator a ser citado é a falta de embalagens renováveis e retornáveis para os produtos comercializados, visto que a maioria é entregue por meio de sacolas plásticas que muitas vezes irão acabar em lixeiras ou em lugares impróprios pelos consumidores.
O guia trouxe um ótimos exemplos, como o da startup Loop, desenvolvendo embalagens reutilizáveis e com um design favorável, o que esse pode ser facilmente aplicável ao produto ofertado pelos agricultores em seu comércio e assim favorecer o desperdício zero de suas embalagens. Também a utilização do Bokashi como produto para a comercialização, visto que os agricultores já fazem a produção deste em sua horta, podendo gerar mais um tipo de produto a ser comercializado para outras hortas e nas feiras orgânicas.
Falta incentivo e implementação em tecnologias como software e aplicativos para a gestão da produção, a gestão do negócio como controle de estoque, vendas e gestão de resíduos, e demais tecnologias como o monitoramento de irrigação e nutrientes para o plantio, visto que a região contempla de uma universidade federal com alto destaque em tecnologias para esse fim e uma incubadora de startup de prestígio pelo estado mineiro, onde alguns negócios acelerados, podem inovar os agricultores familiares com seus produtos e iniciativas.
Finalmente, é necessário o contínuo investimento e incentivo no ramo da AF, principalmente em alimentos orgânicos, visto que nos proporciona como sociedade consumidora, alimentos de alta qualidade, saudável e sem agredir o meio ambiente. Tudo o que precisamos para um futuro próspero e ideal.
Espera-se que este estudo contribua para apresentar características relevantes para acadêmicos, fomentando discussões sobre economia circular e a agricultura familiar, implementações de modelos circulares em hortas orgânicas e novas pesquisas na área. Também, contribui para o incentivo de agricultores e órgãos como a EMATER, pois apesar das dificuldades apresentadas durante o trabalho executado por eles, é gratificante observar os resultados obtidos pelas hortas com tanto afinco e respeito, impulsionando o seu sucesso de todos os envolvidos e gerando um próspero futuro para todos nós.

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Publicado

17.09.2025